Harmonia – introdução

Nesse tópico estão organizados conceitos relacionados à harmonia tonal. Como é possível notar, foi separado os conceitos referentes à Condução de Vozes dos conceitos de Harmonia. Para quem sempre estudou música popular, a condução de vozes abre muito a cabeça no entendimento da harmonia, principalmente no que se refere a como os acordes se tornaram o que são atualmente. Todavia, desde praticamente o início do século XX (talvez por causa da harmonia funcional), os acordes tonais se tornaram agrupamentos de notas independentes da condução de vozes. Dessa forma podemos estudar progressões harmônicas sem precisar se preocupar com quintas e/ou oitavas paralelas 🙂

Por isso optei por separar os assuntos. Entretanto, diversos livros ainda são baseados na condução de vozes. Cabe a você, leitor, escolher por onde começar. Se seu problema atual é saber como harmonizar pequenas melodias, basta ir direto nos livros de harmonia popular. Mas se você quer poder fazer arranjos mais elaborados, para grupos instrumentais diversos, o aprendizado da condução de vozes é essencial para seu sucesso. O ideal é dominar ambos. Mas cada um sabe onde o sapato aperta…

Como dito anteriormente, a divisão de Harmonia 1 e Harmonia 2 seguem, mais ou menos, o conteúdo ensinado nessas disciplinas na UnB. Por isso foi dividido. Além disso, ajuda a organizar o estudo, no caso do iniciante ou do leigo.

Segue abaixo uma penca de livros, apostilas e artigos sobre harmonia para todos os gostos. Boa sorte e bons estudos.


Livros gerais sobre harmonia

KOSTKA, Stefan e PAYNE, Dorothy. Harmonia Tonal: com uma introdução à música do século XX. Traduzido por Jamary Oliveira, Hugo Ribeiro e Ricardo Bordini.

Livro excelente sobre harmonia tradicional. É muito bem organizado, didadicamente, com muitos exercícios e exemplos musicais, possibilitando facilmente a autoaprendizagem de que se dispor a ler com afinco e dedicação. O único porém é o fato de, assim como os demais livros de harmonia tradicional, ser baseado na quase que exclusivamente na lógica da condução de vozes. Mas seu diferencial é que inclui, por todo o livro, além da cifragem tradicional (I-ii-V-vi), cifras de harmonia popular (C-Dm-G-Am), com muitos exemplos de música popular incluindo, inclusive, o Blues de 12 compasso, e a discussão sobre a semelhança entre o acorde de sexta aumentada alemã e o SubV7. Por isso eu indico, fortemente, esse livro. Leitura essencial e insubstituível.

GAUDIN, Robert. Harmonic Practice in Tonal Music. Nova York, Londres: W. W. Norton, 1997.

Mais um excelente livro de harmonia tradicional. O único porém é que está em inglês, sem tradução prevista. Há um ponto interessante nele que é o fato de utilizar análises schenkerianas para representar direcionamentos harmônicos. Para quem gosta ou pretende conhecer um pouco de análise schenkeriana, é uma fonte a mais.

GUEST, Ian. Arranjo: método prático. Rio de Janeiro: Lumiar.

Excelente livro. Apesar de se concentrar mais nos aspectos técnicos de como arranjar uma música para diversos estilos e formações, nesse primeiro volume, especificamente, tem toda uma introdução à harmonia tonal básica. Vale a pena

PASCOAL, Maria Lúcia. PASCOAL, Alexandre. Estrutura Tonal: harmonia. Instituto de Artes, Unicamp.
PDF disponível na área restrita do site.

Um dos poucos livros em português a tratar de forma clara e didática a harmonia através da condução de vozes. Usa tanto a cifragem tradicional (I – ii – V) quanto a funcional (T – Sr – D). Vale a pena.

PISTON, Walter. Harmony. Londres: W. W. Norton, 1959.
PDF disponível na área restrita do site.

Um dos livros de harmonia mais tradicionais que ainda é utilizado. É interessante notar que ele utilizava a cifragem tradicional, mas com os símbolos todos em maiúsculo, sem diferenciar, na cifragem, se o acorde é maior ou menor. Por exemplo: I-II-V-VI seria escrito atualmente como I-ii-V-Vi, com os números romanos em minúsculo para simbolizar os acordes de segundo e sexto grau menores. Nunca li, mas muitos bons professores ainda o utilizam, então deve ser bom.

SCHOENBERG, Arnold. Estructural Functions of Harmony. Londres: Faber and Faber, 1969.
PDF disponível na área restrita do site.

Primeira informação interessante: esse não é o mesmo livro que o prof. Marden Maluf traduziu sob o nome “Harmonia”. Está em inglês, mas é um excelente livro sobre a lógica da estrutura harmônica tonal. Parece ser, inclusive, uma das primeiras fontes a deixar claro a relação entre os modos eclesiásticos e as tonalidades maior e menor. Interessante fonte como revisão sobre o assunto. Usa os graus sempre em maiúsculo para simbolizar os acordes, mas se refere às funções tonais (T-S-D).

FARIAS, Antonio. Harmonia funcional, arranjos e a velha conducao de vozes. Em Pauta, v. 18, n. 31, julho a dezembro de 2007.

Segue o resumo do artigo: Neste ensaio o autor aborda as questões que envolvem, no Brasil, os conceitos de harmonia tradicional, harmonia funcional e condução de vozes e investiga, com base em manuais referenciais de arranjo, a questão da harmonia secional aplicada aos arranjos de música popular e faz um diagnóstico das conseqüências que se fazem sentir no ensino atual da Harmonia em razão dos conceitos díspares existentes entre as duas vertentes.

ANONIMO. Harmonia. Apostila não publicada.

Apostila sem autor conhecido sobre princípios básicos da harmonia tonal e condução de vozes.

NETTLES, Barrie. Harmony 1. Berklee College of Music, 1987.

NETTLES, Barrie. Harmony 2. Berklee College of Music, 1987.

NETTLES, Barrie. Harmony 3. Berklee College of Music, 1987.

NETTLES, Barrie. Harmony 4. Berklee College of Music, 1987.

Série de 4 livros sobre harmonia utilizado no curso da Berklee na década de 1980. É antigo e em inglês, mas bastante completo. Utiliza as cifras populares americanas sobre a partitura para representar os acordes. O primeiro livro é bem básico e aborda mais o entendimento de acordes individuais. O segundo livro já inicia com dominantes secundárias e segue a partir daí questões de progressão harmônica. Para quem conhece o livro de Chediak, já estará familiarizado com as nomenclaturas e simbolismos de setas indicando resolução da dominante. O livro 3 inicia com o assunto da Dominante Substituta, e o livro 4 aborda questões como progressões de engano (deceptivas) e harmonia modal. Leia de tiver tempo e quiser conhecer o modelo americano de compreensão harmônica.